(+351) 217 507 000*
(+351) 919 688 565**
* Chamada para rede fixa nacional
** Chamada para rede móvel nacional
Rua Luís Pastor Macedo, 27-C
Lumiar - 1750-156 Lisboa
Lombalgia
A lombalgia é uma designação técnica dada para uma dor que se situa na região lombar, ou seja, uma dor ou desconforto localizada abaixo da margem das últimas costelas (margem costal) e acima das linhas glúteas inferiores com ou sem dor ao longo dos membros inferiores.
A dor lombar é um problema grave de saúde pública, sendo a primeira causa de incapacidade em adultos com menos de 45 anos e a segunda na população entre os 45 e 65 anos. Em Portugal estima-se que 36% da população adulta sofre de lombalgia, sendo que, 40% dessa população sofrerá de dor lombar crónica. Esta última afeta entre 5,9% e 19,9% da sua população.
Relativamente à ocorrência de lombalgia no desporto
Relativamente à ocorrência de lombalgia no desporto, a prática de ginástica, golfe, natação, halterofilismo, remo e futebol americano são aqueles que apresentam um risco maior de desenvolvimento de dor lombar. Na ginástica por exemplo, a incidência de lesões na região lombar é de 11%, sendo que, no golfe 19% das lesões envolvem lesões no pescoço ou na região lombar. Importa ainda referir, que o estiramento muscular na região lombar, é a causa mais comum da lesão nestes atletas.
Estudos epidemiológicos realizados em Portugal referem que, a prevalência de dor lombar é menor (26,1%) em indivíduos que praticam atividade física pelo menos um dia por semana quando comparados a indivíduos mais sedentários.
O conhecimento sobre os fatores associados à dor lombar são cruciais para uma melhor definição de estratégias de intervenção, de forma a reduzir o impacto da dor no dia-a-dia da população e com isso melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de quem sofre diariamente com esse sintoma.
Segundo Hayshi Yasufumi (2004), as principais causas de lombalgia são:
A lombalgia pode ser classificada em 3 tipos:
No que remete a lombalgia aguda, havendo agravamento do quadro de dor ao longo do tempo ou persistência da mesma durante mais de 6 semanas (lombalgia sub-aguda), poderá ser necessário realizar um exame complementar de diagnóstico de forma a identificar a existência de alguma patologia concomitante.
Esses meios complementares de diagnóstico podem passar por uma radiografia, de forma a identificar alguma situação traumática ou infeciosa/inflamatória, ou ainda, a realização de uma ressonância magnética de forma a poder identificar a existência de alguma hérnia discal ou estenose vertebral.
De forma a poder reverter o quadro de dor e incapacidade funcional provocado pela lombalgia, será importante realizar tratamentos de fisioterapia para debelar a lesão.
Segundo French SD et al (2006), apesar de a evidência ser limitada, verifica-se que há maior indicação para a aplicação de calor no decorrer dos tratamentos, ao invés da aplicação de frio. Como tal, a aplicação de calor poderá ajudar no relaxamento de estruturas de forma a preparar o utente para a aplicação de técnicas de terapia manual.
De modo a prevenir recidivas, para além da aplicação de calor e realização de técnicas de terapia manual, será de grande importância a realização de exercícios corretivos, de forma a aumentar a mobilidade global do utente, assim como, a sua força muscular. Numa fase inicial, será de grande importância o reforço da musculatura estabilizadora da região lombar,de forma a preparar o utente para a realização de exercícios de maior dificuldade.
David Vale
Coordenador do Departamento de Fisioterapia Club Clínica das Conchas
Fisioterapeuta no Club Clínica das Conchas
Imagem: Designed by Shayne_ch13 / Freepik
Referências:
Almeida, D. C., & Kraychete, D. C. (2017, Abril). Dor lombar - uma abordagem diagnóstica. Revista Dor.
Arokoski, J. P., Valta, T., Airaksinen, O., & Kankaanpää, M. (2011, Agosto). Back and abdominal muscle function during stabilization exercises. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, pp. 1009-1050.
Aure, O. F., Nilsen, J. H., & Vasseljen, O. (2003). Manual Therapy and Exercise Therapy in PatientsWith Chronic Low Back Pain. Spine, 28, 525-532.
Campos, I., & Pinheiro, J. P. (2010, Março). Lombalgia no desporto. Revista Desportiva, pp. 18-20.
French, S. D., Cameron, M., Walker, B. F., Reggars, J. W., & Esterman, A. J. (2006, Abril 20). A Cochrane Review of Superficial Heat or Cold for Low Back Pain. Spine, pp. 998-1006.
Hayashi, Y. (2004). Classification, Diagnosis, andTreatment of Low Back Pain. JMAJ, pp. 227-233.
Kislaya, I., & Neto, M. (2017, Julho 27). Caracterização sociodemográfica da prevalência da dor lombar crónica autorreportada na população residente em Portugal através do Inquérito Nacional de Saúde 2014. Boletim Epidemiológico Observações, pp. 39-42.
Lizier, D. T., Perez, M. V., & Sakata, R. K. (2012, Novembro). Exercícios para Tratamento de Lombalgia Inespecífica. Revista Brasileira de Anestesiologia, pp. 842-846.
Petering, R. C., & Webb, C. (2011, Novembro). Treatment Options for Low Back Pain in Athletes. Sports Health, pp. 550-555.