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O tendão de Aquiles é o tendão mais espesso e mais forte do sistema músculo-esquelético humano e liga os músculos da barriga da perna (gastrocnémios e solear), popularmente conhecidos como músculos gémeos, à superfície posterior do osso do calcanhar (calcâneo).
Este tendão tem como principais funções: realizar a flexão plantar do pé e a estabilização do tornozelo, nomeadamente durante a marcha, bem como a transmissão de força, seja durante a marcha, corrida ou saltos.
A rotura de um tendão ocorre quando as fibras do tendão se rompem, podendo esta rotura ser parcial ou total, resultando numa perda de função e dor. No caso de uma rotura do tendão de Aquiles, o tendão perde a sua capacidade de transmitir a força dos músculos da barriga da perna para o pé. Deste modo, alguns dos sintomas característicos são: dor severa, pode ser sentida uma descontinuidade ou depressão acima do calcanhar, edema (inchaço) perto do calcanhar, incapacidade de realizar flexão plantar com o pé e andar na ponta dos pés. As roturas totais são mais comuns que as parciais relativamente a este tendão e, tipicamente apresentam uma sintomatologia mais exacerbada.
Existem vários fatores que podem contribuir para o risco de desenvolver uma rotura do tendão de Aquiles, como por exemplo:
Relativamente à incidência desta lesão, esta é superior no sexo masculino, nomeadamente em atletas e tipicamente acontece durante os deportos recreativos que exigem impactos com o solo, como saltos, corrida, etc.. Porém, estas roturas podem também ocorrer em atividades do quotidiano. Apesar de serem lesões menos frequentes em mulheres, quando ocorrem costumam estar associadas a mais comorbilidades.
O diagnóstico destas roturas é feito pelo médico ortopedista, em que é realizado um exame físico e podem também ser utilizados meios complementares de diagnóstico, como radiografia, ecografia ou ressonância magnética.
Quanto ao tratamento das roturas do tendão de Aquiles este envolve normalmente uma abordagem cirúrgica ou uma abordagem mais conservadora. Independentemente da intervenção optada existe uma fase de imobilização, necessária para permitir tempo de cicatrização e evitar uma reincidia. É também de salientar a importância da mobilização precoce e de exercícios de fortalecimento progressivo, permitindo um regresso gradual à atividade.
Da autoria da fisioterapeuta Bárbara Gonçalves
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