Lesões musculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho

Lesões musculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho
02.11.2020

Lesões musculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho! Como evitar?

As lesões músculo-esqueléticas são o problema relacionado com o trabalho, mais comum na Europa. Perto de 24% dos trabalhadores da UE dizem sofrer de lombalgias e 22% queixam-se de dores musculares.

Quando falamos de lesões músculo-esqueléticas, referimo-nos a afecções que podem afectar os músculos, as articulações, os tendões, os ligamentos, os nervos, os ossos e doenças localizadas do aparelho circulatório.

As lesões músculo-esqueléticas não só causam sofrimento e perdas de rendimento a nível pessoal, como também têm custos para as empresas e as economias nacionais, uma vez que qualquer trabalhador pode vir a sofrer de lesões músculo-esqueléticas. Contudo, estas lesões podem ser evitadas através de uma avaliação das tarefas que o trabalhador executa, na adopção de medidas preventivas e num controlo contínuo da eficácia dessas medidas.

A verdade é que a maioria das lesões músculo-esqueléticas são de origem profissional, cumulativas, resultantes da exposição repetida a esforços mais ou menos intensos ao longo de um período de tempo prolongado. Portanto, os sintomas surgem tardiamente. No entanto, podem também ter a forma de traumatismos agudos, tais como fracturas causadas por acidentes.

Estas lesões afectam principalmente a região dorso-lombar, a zona cervical, os ombros e os membros superiores, mas podem afectar também os membros inferiores. Algumas lesões músculo-esqueléticas, tais como a síndrome do canal cárpico, que afecta o pulso, são lesões específicas que se caracterizam por sinais e sintomas bem definidos. Outras manifestam-se unicamente por dor ou desconforto, sem que existam sinais de uma lesão clara e específica.

 

Factores de risco

São vários os factores que podem contribuir para a manifestação de lesões músculo-esqueléticas: factores físicos e biomecânicos, factores organizacionais e psicossociais, factores individuais e pessoais. Estes factores podem exercer uma acção separadamente ou combinados.

 

Factores físicos

- Aplicação de força, por exemplo, levantar, transportar, puxar, empurrar, utilização de ferramentas;

- Movimentos repetitivos;

- Posturas forçadas ou estáticas, por exemplo, mãos acima do nível dos ombros ou posição sentada ou de pé durante muito tempo;

- Compressão localizada exercida por ferramentas ou superfícies;

- Vibrações;

- Frio ou calor excessivos;

- Iluminação deficiente susceptível, por exemplo, de causar um acidente;

- Elevados níveis de ruído, susceptíveis de causar tensão física.

 

Factores organizacionais e psicossociais

- Trabalho exigente, falta de controlo sobre as tarefas executadas, baixos níveis de autonomia;

- Baixos níveis de satisfação com o trabalho;

- Trabalho monótono, repetitivo, executado a um ritmo rápido;

- Falta de apoio por parte dos colegas, dos supervisores e das chefias.

 

Factores individuais

- Antecedentes clínicos;

- Capacidade física;

- Idade;

- Obesidade;

- Tabagismo.

 

Tratamento

Os objectivos da terapêutica são, essencialmente, aliviar a dor e reduzir a incapacidade. Para isso a abordagem deve ser multidisciplinar, isto é, ter em conta aspectos preventivos, a reabilitação através de fisioterapia e administração de fármacos que permitam uma recuperação mais rápida do doente. As lesões de origem músculo-esquelética (músculos e articulações), principalmente traumáticas ou de início súbito, têm melhor prognóstico quando a intervenção ocorre na fase aguda, especialmente as lesões musculares (roturas) e ligamentares (entorses).

 

Contudo, a prevenção continua a ser a melhor arma:

- Evitar os riscos de lesões músculo-esqueléticas;

- Avaliar os riscos que não podem ser evitados;

- Combater os riscos na origem;

- Adaptar o trabalho ao homem;

- Adaptação à evolução tecnológica;

- Substituir o que é perigoso pelo que é seguro ou menos perigoso;

- Conceber uma política global de prevenção coerente, que abranja todas as cargas exercidas sobre o corpo;

- Privilegiar as medidas de protecção colectivas relativamente às medidas de protecção individual;

- Dar instruções adequadas aos trabalhadores.

 

Fonte: Atlas da Saúde

MARCAÇÃO ONLINE